sábado, 27 de março de 2010

Cores da infância


O colorido, o fofo e as bonecas eram a alma das meninas. Os jogos, as lutas e os botões de vídeo game, a alma dos meninos. Nessa época a brincadeira era o único compromisso e não cumpri-la era motivo de choro e raiva.

Eu não me vejo mais fazendo o que fazia, infelizmente. Pular nos quadradinhos de giz no chão, com o estranho nome de amarelinha, que até hoje não entendo o porquê, era diversão certa, principalmente em dias de chuva. Aliás, enxergar uma amarelinha num piso quadriculado e achar que chegar ao céu é algo tão valioso quanto uma medalha de ouro são coisas que só um ser puro faz.

Andava de bicicleta sem pensar em nada, pelo simples prazer de sentir o vento no rosto. E as bonecas? Ah... Essas eram a minha projeção de futuro, com seus divórcios – vejam como eu já era otimista – e suas casas luxuosas provenientes de uma vida bem sucedida onde, ironicamente, trabalho nem existia.

As brincadeiras não são as únicas coisas que marcam a infância. É bom pensar também em como pensávamos quando éramos menores que o mundo. Escutar certas coisas e entender só da melhor forma, enxergar o nu e pensar em um bebê, não ver malícia em alguém com roupas curtas e passos inclinados, não entender o significado de tantas palavras apossadas pelo sexual...

Então me pergunto até que ponto ser adulto é algo positivo. Até que ponto saber de tudo, ter noção do bom e ruim, limitar-se para o bem do convívio, é algo bom de verdade?

Não acho que a gente tenha perdido a vontade de brincar. Acho que perdemos a capacidade de fazer as coisas sem pensar que alguém pode estar olhando.

Isso é ser maduro? Se for, por favor, alguém me empresta um giz?

sábado, 20 de março de 2010

A Maitê que me ensinou.

Ainda bem que nessa manhã de sábado, vista até então como inútil e absurdamente injusta, tive tempo para ler um texto da Maitê Proença sobre mulheres biônicas. Ela usou essa denominação para se referir às mulheres que se emplastificam num ideal do "ser mulher", trabalhando o exterior para chegar a meta caricaturada do que é bonito, sem perceber que o mais interessante em nós é justamente o oposto do que pode ser visto a olho nu.
Isso me fez pensar e rever conceitos. Não que eu já não concordasse com o que ela disse, mas parece que nosso cérebro precisa de um reforço de vez em quando para renovar as opiniões que já temos e talvez ver alguém mais importante falando de algo que já pensamos faz com que nosso pensar pareça mais correto e coerente. Ou seja, se a Maitê Proença pensa como eu, sou demais!
Bom, refletindo sobre o que foi dito por ela, reforço mais ainda minha repulsa por mulheres fruta, mulheres que trabalham o físico pra agradar homens (e invejar as inimigas), que quase se fantasiam de Lady Gaga de tão maquiadas ficam em plena luz do dia... e assim vai.
Ainda que fosse pra esconder uma bela cara de sono, como é meu caso. hehehe

Frase do dia: O melhor de mim não é o que você pode ver.



Para quem interessar possa, aqui está o link da reportagem da Maitê:
http://oglobo.globo.com/cultura/kogut/post.asp?t=maite-proenca-essas-mulheres-bionicas-escondem-melhor-de-si&cod_Post=275049&a